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O corpo cruza todos os domínios da nossa existência envolvido em um tempo histórico. Como disse Merlelau-Ponty (1999, p.268), "o problema do mundo, e, para começar, o do corpo próprio, consiste no facto de que tudo reside nele." Falar do corpo implica analisar tudo o que toca na sua existência.
O corpo não é um dado imutável. Em cada época, cada cultura lhe atribui um significado, o constrói e reconstrói, o forma e o deforma. As normas e os valores da dinâmica cultural de cada sociedade configuram uma maneira de ser corpo. Neste sentido, estudar o corpo implica uma leitura plural que vai da higiene à poesia, da fisiologia à política, do profano ao divino. Estudar o corpo é estar perante uma teia complexa. Na sua história, encontramos as marcas da arte, da política, da religião, da economia, da educação, enfim, de tudo o que faz parte da cultura. Isto implica a necessidade de visualizarmos o corpo segundo uma nova cartografia conceitual. Não se compreende que não tenha merecido uma atenção equivalente do ponto de vista da investigação e formação. Com este curso pretendemos colmatar a lacuna formativa que se tem verificado.